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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019 mais de 10 milhões de pessoas adoeceram por tuberculose no planeta, sendo que 3,9% deste total (398 mil) adoeceram por tuberculose drogarresistente (TBDR). Neste mesmo ano, de acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde confirmou que o coeficiente de incidência e o coeficiente de mortalidade por tuberculose por 100.000 habitantes foram 70,1% e 2,2% respectivamente com uma taxa de cura de 70,1%. Números similares foram divulgados pelo Estado de São Paulo neste mesmo período.
Dentre esses dados, destaca-se um número alarmante: uma taxa de abandono de 12,0% para casos com confirmação laboratorial. O abandono e o tratamento inadequado da doença aumentam a probabilidade de TBRD.
Apesar de não ter uma magnitude relevante no nosso país, os casos da variante vêm aumentando progressivamente nos últimos anos. Entre 2015 e 2020 foram notificados 7.749 casos de TBDR no país, com uma taxa de cura de apenas 51,1%. Além do uso de medicamentos injetáveis, o tratamento da tuberculose drogarresistente requer um tempo mais prolongado (12 até 18 meses). Estes fatores contribuem para uma piora significativa na adesão ao tratamento.
Para alcançar níveis elevados de cura tornam-se necessárias ações de fortalecimento de adesão ao tratamento e, para isto, deve-se trabalhar com uma abordagem mais inclusiva e singular associada a um ambiente mais acolhedor ao paciente.
Com isso, o Centro de Estudos Leopoldo Ayrosa Galvão (CEALAG) em parceria com Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Organização Mundial da Saúde (OMS) deram ínicio ao projeto “Tuberculose drogarresistente: uma abordagem personalizada para adesão ao tratamento no Estado de São Paulo”, com o intuito de fortalecer a adesão de pacientes ao tratamento de TBDR atendidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no Estado de São Paulo.
Iniciado no dia 25 de agosto de 2021 sob a coordenação da Dra. Ana Angélica Bulcão Portela, o projeto busca, em um prazo de um ano, incorporar estratégias nas unidades de sáude, tornando o tratamento do paciente mais singular, além da aplicação na prática assistencial do conhecimento retido sobre a TBDR pelos profissionais de saúde. Emponderar o paciente para que o mesmo torne-se mais ativo em relação a seu agravo, melhorando a adesão ao tratamento, e a intensificação do vínculo do usúario com a unidade de saúde, facilitando o tratamento da TBDR, também são objetivos a serem alcançados.
É importante lembrar que a tuberculose é uma doença que afeta o indivíduo, em toda a sua essência, causando danos físicos, morais, sociais e psicológicos. Em caso de sintomas como: tosse persistente (por mais de duas semanas), que pode apresentar-se com sangue ou escarro, febre, sudoração noturna, perda de peso, dores no peito, e fadiga, deve-se reforçar a necessidade de procurar atendimento médico.